quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Um Presente de Natal para a Vida

Era uma vez uma princesa de seu nome Joana, que vivia no Reino da Fantasia. Neste reino, nada era real, mas tudo era brilhante e luminoso.
Joana, uma menina de pele pálida e esferas azuis que sobressaiam no lugar dos olhos. Uma menina de rosto redondo, de linhas dóceis e sorriso simpático. Apresentava-se de cabelo curto, à menino e tinha umas sardas especiais.
Como todas as noites de Natal, Joana vivia com ansiedade para ver os seus presentes do Pai Natal. Sonhava ter a Barbie especial que todos os dias brilhava na montra da loja; com os seus cabelos louros, olhos azuis e lábios vermelhos maçã. Movia-se num corpo magro e alto e usava acessórios de moda imperdíveis. A Barbie era um brinquedo caro que a família de Joana jamais lhe poderia oferecer.
O pouco dinheiro extra do Natal era gasto numa seia mais rica em salgados, enchidos e alguns doces. Depois sobravam algumas moedinhas para se oferecer um pijama com pantufas de lã paras as noites frias, uma camisola lilás valorizada pelo lume da lareira acesa e umas meias-calças para vestir debaixo das calças, afogentando o frio. Apesar de não ter a boneca a princesa Joana estava feliz por receber qualquer presente.
Num belo Natal, que tinha tudo para ser tão perfeito como os outros, o tio Ivo; um senhor alto e moreno, com uma perna maior que a outra e que não havia estudado por não ser capaz, ofereceu um presente diferente à Joana.
O tio, apesar de não ter estudos, era um artista e Joana gostava muito dele. Era o tio que lhe chamava sardanisca, pelas suas belas sardas brilhantes e luminosas em dias de maior sol. O tio fazia as peças mais bonitas que algum dia Joana vira, em Madeira, realizando exposições com os seus colegas de trabalho.
O presente do tio era grande, tinha formas estranhas e uns circulos que andavam para cima e para baixo. Quando o tio ofereceu o presente à Joana disse:
- Para a minha bonequinha Sardanisca.
Rapidamente, a Joana abriu o embrulho e já com as lágrimas nos olhos, deu um abraço ao tio e disse:
- É linda tio.
O presente era uma boneca, chamada Joana de pele pálida e olhos esverdeados esbogalhados. Tinha rosto redondo de linhas dóceis e sorriso simpático. Vestia o vestido verde preferido da princesa e tinha uns arcos.
- Tio - exclamou Joana - Para que servem os arcos?
O tio retorquio:
- Ela é mexida como tu por isso tem os arcos para girar à cintura, como tu costumavas fazer.
Derepente a princesa reparou...
- Tio! A minha boneca também tem pintas na cara...
Todos riram.
- Pois - acrescentou o tio - tu também tens sardaniscas.
Não houve mais Natal nenhum em que a Joana pedisse uma Barbie.
Em todas as seias de Natal seguintes, lá estava a boneca Joana em cima da Pedra Mármore da lareira.

A Joana está crescida e a boneca continua a fazer companhia no seu quarto.

Moral da História: É mais importante o ato e o sentimento marcado no presente, que o valor material do mesmo. Assim, um presente barato poderá ter mais significado que um muito caro.
É importante que os adultos percebam e transmitam estes valores às crianças.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

No Trilho da Inclusão

"Este artigo visa projetar a inclusão dos alunos com Necessidades Educativas Especiais(NEE) no Ensino Profissional (EP). A EPNazaré dá os seus primeiros passoa neste apoio aos alunos que pode prevenir o abandono e o insucesso escolar.


Frequentemente ouve-se o termo "problemático" para definir um aluno com dificuldade de/na aprendizagem. As conotações negativas e desviantes do que são as dificuldades reais dos alunos não devem ser definidas com uma palavra que mentalmente associamos a comportamentos de oposição. Estas e outras formas erradas de comunicação traduzem a desvalorização e a falta de informação por parte dos agentes educativos sobre aquele que é o papel de cada um e aquelas que são as NEE dos alunos e que levam sistematicamente à sua Exclusão.


"...a inclusão das crianças e jovens com necessidades educativas especiais no quadro de uma política de qualidade orientada para o sucesso educativo de todos os alunos" e "...promover competências universais que permitam a autonomia e o acesso à condução plena da cidadania por parte de todos" são objetivos do Decreto-Lei nº3/2008 que propõe-se a aplicação na educação pré-escolar, ensinos básico e secundário setor público, privado e cooperativo. Não obstante as dificuldades de aplicação do DL extremamente burocrático e pouco pragmático, para uma intervenção de qualidade é necessário haver na Escola um sentido de comunidade; liderança; colaboração e cooperação; flexibilidade curricular e serviços; formação; serviços de educação especial; apoios educativos. Se pensarmos que a Escola possa ter todos os meiso mas que não existe o fundamental: a formação informal para todos os docentes e funcionários, continua-se teimosamente a tropeçar na Exclusão.


Essa procura de informação deveria partir de necessidades sentidas pelos agentes educativos bem como de iniciativas amplamente visiveis do Sistema Educativo (SE).


Simultaneamente, no EP verifica-se o aglomerar de alunos provenientes de CEF (Cursos de Educação e Formação) que não obstante, frequentemente, são encaminhados para CEF porque simplesmente faltam às aulas, ou estão em risco de chumbar. Incorre-se erradamente na desvalorização dos alunos que como seres biopsicossociais poderão ter dificuldades a outros níveis que não Educacionais e que lhes prejudicam os resultados escolares, nomeadamente, dificuldades emocionais. Estas situações revelam hábitos que há muito são rejeitados pela legislação: as Escolas só querem os bons alunos e as avaliações elaboradas pelos técnicos mostram-se constantemente ambíguas. E se na gíria se identifica o EP como mais facilitador, deve-se considerar que este reconhecimento não é de todo verdadeiro.


Deste modo, sente-se muita dificuldade em trabalhar com alunos NEE sobretudo quando se deteta que a alguns alunos foi negada ou dificultada a possibilidade de evolução escolar "normal". Serão as nossas escolas Inclusivas, ou teimosamente Exclusivas?


Parece urgente que técnicos, docentes, direção das Escolas e SE trabalhem com sentido de Comunidade, para que passemos a incluir melhor os alunos com NEE."




In Região de Cister




Patrícia Fonseca


Formadora e Psicóloga EPNazaré


Hoje.